Academia de Letras do Triângulo Mineiro

Fundadores - Padre Thomaz de Aquino Prata


Padre Thomaz de Aquino Prata - Cadeira 4

Patrono: Jorge de Lima

Posição: Fundador


Biografia

Thomaz de Aquino Prata, filho de Alberto Prata e Maria Rosita Prata, nasceu no dia 22 de dezembro de 1922, em Uberaba (MG), na Rua Hildebrando Pontes, antiga Rua da Liberdade.
Passou sua infância, até os doze anos de idade, na Fazenda Estiva, em Uberaba (MG), de propriedade de seus pais.
Foi matriculado numa escola, pela primeira vez, aos nove anos de idade, mas já sabia ler e escrever. Sempre curioso por aprender, alfabetizou-se praticamente sozinho, observando suas irmãs que já estudavam e seu pai que lia muito.
Cursou durante dois anos a Escola Rural Octacílio Prata e foi enviado para o Colégio Marista Diocesano, para fazer o Curso de Admissão.
Nessa época, ingressou no Seminário São José, onde fez os quatro anos (naquele tempo chamado Curso Ginasial), e depois mais dois anos complementares do próprio Seminário, quando estudou Francês, Inglês e Latim.
Em 1940, fez o Tiro de Guerra.
Em 1941, foi para Belo Horizonte, para fazer curso superior do Seminário. Estudou dois anos de Filosofia e quatro de Teologia.
Nos dois anos que cursou Filosofia, estudou também Sociologia, Literatura Brasileira e Estrangeira, Biologia e Grego.
No curso de Teologia, estudou Apologética, Teologia Fundamental, Teologia Propriamente Dita, Sagrada Escritura, Direito Canônico, Oratória e História da Igreja.
No Curso Superior, os melhores professores foram Padre Orlando Machado e Padre Orlando Vilela. Eram padres que haviam estudado em Roma e de cabeças muito abertas. Foram eles que mais influenciaram em sua formação humano-teológica.
Ordenou-se padre no dia 08 de dezembro de 1946, na Catedral Metropolitana de Uberaba, por Dom Alexandre Gonçalves do Amaral. No mesmo dia, local e hora, foram ordenados mais cinco jovens: Clóvis Santana, Tomás Olivieri, Agostinho Zago, Sebastião Carmelita e Vicente Ambrósio dos Santos.
Por ter feito um excelente curso, gostar de estudar e ter sido reconhecida sua grande capacidade de ensinar, foi requisitado pela Arquidiocese de Belo Horizonte, para continuar em Belo Horizonte como professor.
Lecionou Sociologia, Liturgia, Religião Comparada, Literatura, Inglês, Português, Francês e Latim.
Depois de três anos em Belo Horizonte, foi chamado de volta para a Diocese de Uberaba.
Em Uberaba, incumbiram-lhe a tarefa de restaurar, em Uberlândia, um colégio religioso (Colégio Cristo Rei), que estava com uma grande dívida (atualmente equivaleria a duzentos mil reais). Organizado o Colégio, voltou para Uberaba para lecionar no Curso Ginasial do Seminário São José de Uberaba.
Ao mesmo tempo, foi requisitado para lecionar Sociologia Geral na Faculdade de Filosofia Santo Tomás de Aquino.
Em 1954, ganhou uma bolsa de estudos na Catholic University of America, nos Estados Unidos da América, onde estudou por dois anos.
Lá, nessa ocasião, fez um estágio na paróquia americana St. Monica’s Parish, onde teve contato com o método americano de evangelização.
Em 1957, retornou ao Brasil, voltando a lecionar na Faculdade de Filosofia Santo Tomás de Aquino, na Faculdade de Filosofia de Uberlândia, na Faculdade de Ciências Econômicas de Uberlândia e na Faculdade de Ação Social de Uberlândia.
Foi capelão do Colégio Diocesano, do Mosteiro das Concepcionistas (Medalha Milagrosa) e responsável pela comunidade São José de Tutunas.
Foi ainda pároco da Catedral Metropolitana de Uberaba por três anos.
Em 1976, aposentou-se como professor.
Em Uberaba, durante vários anos, até 1964, foi assistente eclesiástico da Juventude Estudantil Católica (JEC). Eram realizadas reuniões semanais e celebradas missas para estudantes na Igreja Santa Rita. Na década de 60, os estudantes eram muito influenciados pela filosofia marxista, criticavam abertamente o capitalismo, a má distribuição de rendas e os ricos de um modo geral. Como lecionava Sociologia (que era considerada matéria subversiva), foi muito visado pelo Movimento Revolucionário, chegando a ser detido e conduzido ao Quarto Batalhão de Polícia, para ser interrogado por um grupo de militares do Exército. Respondeu a um inquérito de 10 horas, quando esmiuçaram sua vida, sendo interrogado sobre o que ensinava, o que fazia e sua posição sobre o marxismo-leninista. Muitos anos mais tarde foi anistiado.
Em 1997, aposentou-se na Igreja, mas continuou a seu serviço, trabalhando nos Cursilhos de Cristandade, no Treinamento de Liderança Cristã (para jovens) e no Curso de Liderança Cristã para a classe operária.
Durante sua permanência em Uberaba, escreveu semanalmente no Correio Católico, que mais tarde se transformou em Jornal da Manhã, onde escreve até hoje.
A partir de 1949, publicou vários livros de crônicas e assuntos gerais.
É um dos Membros Fundadores da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a Cadeira nº 4.

Obras publicadas:
O Mundo Quebrado, discursos e crônicas, 1949
História da Arquidiocese de Uberaba, memórias, 1987
Poesias, comentários sobre escritos literários de seu pai, 1994.
O Bem e o Mar, crônicas, 1996
A Praça de Minha Infância, artigos e crônicas, 1999
O Velho Patriarca, biografia de Dom Alexandre
Casa Velha, crônicas, 2004
Memórias da Memória: de Joaquim a José: uma visita à casa paterna, 2008
Uai, 2010


Bibliografia

Email. Mensagem recebida do acadêmico em 17/02/2011.

Obs.: Faleceu em 04 de abril de 2019, em Uberaba.

Voltar


Projeto Gráfico e Programação Web, Pesquisa, Organização e Manutenção: Fernanda Bilharinho de Mendonça
©Copyright 2010/2022 - Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Todos os direitos reservados.